terça-feira, 12 de janeiro de 2010
" Em pleno século XXI está cada vez mais evidente uma falha, ocorrida em algum determiado tempo, no processo de “evolução” social. Por mais que a ciência evolua, novos pensamentos surjam e os paradigmas se alteram, velhos pensamentos irracionais e crenças ainda povoam a sociedade, a xenofobia, o racismo, a homofobia, o sexismo, o especismo e tantas outras formas de pré-julgamentos, por mais que a base de tais pensamentos já estivessem sido descartada hà muito tempo pela ciência ele ainda povoa a mente social, como um verdadeiro vírus, uma forte crença que toma forma como uma verdade absoluta em sí, similar à crença divina que apenas toma respaldo por uma dúvida há tempos já sanadas e se alimenta do hábito para sobreviver, tais crenças além de gerarem a exclusão de indivíduos, divisões sociais inexistentes , preconceito, morte e guerras também se refletiram no mundo físico ou meio-ambiente. Foi preciso a destruição de algo alheio ao própio homem, algo que, o senso-comum atribua uma existência independente do homem, como árvores , rios , montanhas, ecossistemas, florestas, flora, faunas; serem destruidos para que o senso-comum consiga perceber algum erro na sociedade, porém tal percepção se mostrou específica ao tema ambientalista, milhares de ONG’s, grupos ambientais, e até mesmo (pasmem) empressas, se diziam comovidas pela destruição de nosso própio planeta , a ameaça de um aquecimento global e fim da vida como a conhecemos serviram de justificativa para uma reforma de hábitos, uma nova ordem de pensamento emergia sob as árvores abatidas, assim como a fênix, a razão humana renascia das cinzas de florestas incineradas, a crença barroca de que não passamos de atores insignificantes perante a grandeza e infinidade do mundo resurge das profundezas dos mares poluidos. Porém tal pensamento nada mais fez do que reproduzir aquilo que tantos outros também o fizeram anteriormente, breves e esporádicos anseios de razão, logo englobados e engolidos pelo senso-comum e consumismo, se transformando em nada mais do que um hábito, sendo praticado por sí só, adquirindo a velha credibilidade religiosa, esmagando a razão e aprisionando novamente o homem à ferros, aprisionando o homem à sí mesmo !
Tal lampejo de razão, causada pelo movimento ambientalista, como anteriormente disse, foi específico, não conseguiu compreender a dimensão da falha humana, não conseguiu relacionar o especismo e a crença do homem ser absoluto sobre a terra e outros organismos vivos, com outros tipos de pré-julgamento; não foram capaz de abrangir o pensamento, não compreenderam que todo tipo de idéia pré-concebida tinha uma mesma origem, se limitaram no fato isolado em sí, desconsideraram que assim como o problema ambiental, todos os outros males sociais que aflingem o homem, vem, se não, do própio homem, de sua crença irracional e idéias erráticas e absolutas e absurdas sobre o mundo."
Este texto faz parte de um texto maior que ainda escrevo, por se tratar de um tema isolado do texto original resolvi que postá-lo isoladamente não retiraria seu sentido...
Nos últimos tempos o fim dos problemas ambientas vem sendo considerado com a solução de todos nossos problemas, não só desacredito em tal afirmação como a inverto, a mudança dos "hábitos" em sí nada mais geraria do que novos problemas, a solução não está numa inversão de hábito e sim no fim de todos os hábitos, tomando em seu lugar ações não só racionais (até mesmo porque a racionalidade é relativa) mas sim ações críticas, responsaveis e não mera representações de ações como se vem observando... enquanto a sociedade alienar sua própia ação e sua própia existência os problemas não só deixaram de ser resolvidos, como tardarão a ser percebidos, o senso do "comum" na matéria humanaimpossibilida a compreenção de males sociais, aos olhos comuns é totalmente aceitável a hierarquia social, a submissão, a impossição de vontades... quando o homem para de pensar, para de evoluir, se aprisiona em sí mesmo !