Tomar ciência, ficar sabendo, conhecer... eis a função da ciência e do método científico. No início do séc. XIX houve um grande "boom" da ciência... o homem passou a analisar e questionar todos enventos e fenômenos naturais e sociais e para facilitar tal análise surgiu o método científico, regras padrnizadas para tornar a ciência mais homogênia e objetiva, tirando a interpretação do cientista na elaboração de sua teoria, tornando assim a ciência uma interpretação positivista do mundo.
Talvez tais métodos sejam aceitaveis para ciências já relativamente evoluidas como a ciência biológica e a química... porém o pensamento cientifico foi mais longe chegando ao mundo humano e social... se para a biologia o desafio da ciência é descobrir os "porquês" nas ciências humanas não poderia ser diferente, o homem passou então a procurar as razões para certos comportamentos humanos, o "santo graal" para pesquisadores sociais foi achar a teoria universal, para explicar certos fenômenos independentes de onde ocorrerem... foi nessa época que surgiu diversos ensaios e teorias explicando os mais diversos costumes e aspectos sociais... seja o suicidio pesquisado por Durkheim ou o incesto estudado por Lévi-Strauss (já na metade do séc. XX), ou ainda as diversas explicações do funcionamento democrático e da própia organização social...
De uma forma ou de outra tais tentativas falharam, não porque seu autor não se aprofundou o suficiente em tal tema, ou não levou tal aspecto em consideração... mas sim pelo simples fato de não existirem regras universais, em nenhum sentido, ainda mais quando o elemento em estudo é o homem e suas relações... por mais que diversas vezes pareça ter dito o contrário, a mente humana é sim muito complexa e particular, seria impossível afirmar com toda certeza que tal sociedade age de tal maneira por váriaveiz X ou Y... por mais que hoje as pessoas se massifiquem e muitas vezes um único modo de pensar é homogêneo em quase toda sociedade, tais formas de pensar ainda se diferenciam nos mínimos detalhes, já que tal pensamento é de certa forma "abstrato" ou então "fictício" e tal elemento na verdade tenha um "vázio de pensamento"...
Isso não impossibilita de forma alguma (e nem tira a importancia) os estudos sociais, tais pesquisas e teorias seriam de alta importância e até mesmo anti-alienantes, caso sejam interpretadas como uma das causas (entre as milhares de causas) que geram tais efeitos.
Seriam os ricos possuidores de grande capital porque tiveram acesso à educação ? ou eles tiveram acesso à educação justamente porquê possuem grande capital ?
Os politicos se elegem para fazer políticas públicas ? ou fazem políticas publicas para se elegerem ?
Ora, nenhum nem outro, ou então os dois... cada político é um ser racional que pensa e age de sua maneira, não respeitando "leis universais", assim como a evolução econômica de elementos sociais... em ambos os casos fica fácil a dedução que ambas alternativas ocorrem simultâneamente.
É possível hoje, ver tais formas científicas de pensamento presentes no dia-a-dia, é comum em rodas de bate-papo o surgimento de teorias (as famosas teorias de bar) excludentes, o pensamento de "várias causas para um único efeito" ou ainda "várias causas para vários efeitos" não só atribui um caracter mais abrangente e tolerante da ciência como estimula novas descobertas e pesquisas afinal, o que seria mais interessante ? estudar um fenômeno com uma causa única definida e "imútavel" ? ou então um fenômeno de causas múltiplas aberto para mais teorias ?. Ao contrário do que prega a maioria, tal pensamento não gera subjetividade e sim uma "pluriobjetivade"... leis absolutas, universais e imutáveis simplesmente não existem.