O



Vulgo :
n substantivo masculino

a classe popular da sociedade; plebe, povo


Contra-revolução cibernética.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

  Quem acompanha meu blog (se é que alguém o acompanha) deve ter alguma noção de minhas idéias sobre a revolução cibernética, uma parte exposta no meu post: "A mídia somos nós.", mas a revolução em sí não se limita na retirada do direito à informação de poucas mãos, mas sim na criação de uma ampla rede de influências cibernéticas, onde desprovidos de nomes - pessoas cibernéticas poderiam criar um verdadeiro mundo utópico da liberdade, sem leis, sem dógmas, sem custos, sem status...  onde cada qual seria exatamente igual aos demais, variando suas capacidades e pensamentos, onde uma única célula desprovida de endereço poderia causar uma rebelião com pensamentos subvertentes, sem precisar necessariamente de apoio de uma elite (que na verdade se quer existiria), mas tal post não é a respeito da revolução (para entender melhor, veja autores como hakim bey ou Critical Art Assemble) mas sim da Contra-revolução.

   Sempre vi a revolução cibernética como algo inevitável, a web 2.0 não para de crescer, a internet criou vida própia, na minha ingênuidade realmente acreditava que derrepende uma bolha se estouraria e um vento de subversão arrastaria para a profundeza todo dogmatismo, pré-conceitos e materialismo da internet, acreditava que em cada canto ecoaria teorias libertárias (ou não) e que a internet viaria um celeiro de teorias pós-modernas.
   Tudo realmente é possível, as ferramentas já estão à caminho, a web ainda cresce, a facilidade em expor idéias é imensa, e nenhum mecanismo de controle ou monitoramento realmente eficaz foi implantado... porém, em minhas análises, ignorei uma importante variável, talvez a mais importante de todas: a sociedade.
   É com tristeza que analiso que os mesmos principios, de individualismo, o culto ao pessoal, ao material, levantados pela ascensão de idéias seculares no séc XIX, ainda continuam fortes... e a internet esta sendo usada justamente para a reafirmação de tais principios.
   A internet possibilitaria de se utilizar de um anonimato, se despregar do materialismo que é arraizado no nome... a internet possibilita a criação de teorias, exposição de opiniões, que juntamente com tal anonimato e abrangência, funcionaria como uma incrivel e perfeita ferramente de subversão.
   Porém o que vemos é justamente o inverso, a internet sendo utilizada como modo de manutenção de dogmas; apesar de muito tempo na estrada o "blogger" e outras ferramentas de blog nunca fizeram tanto sucesso como hoje faz o "twitter", uma ferramente que funciona basicamente para reafirmar seu nome, contar o seu dia, uma espécie de culto ao própio indivíduo,  com limitados caracteres o que impossibilita a expressão das idéias... assim como os fotolog, e o própio orkut (que apesar de conter grandes ferramentas como foruns de discução) é apenas utilizado para reforçar as mesmas idéias materialistas, pessoais e individualistas que já reinam entre nós por quase 2 séculos...
   Espero que esteja errado, mas vejo que apesar de toda ferramenta estar hoje acessivel, pronta para nosso uso, a sociedade prefere a manutenção de todo sistema atual, e que ao contrário do que achava a revolução cibernética não é apenas questão de tempo, e sim uma questão cultural... blogs estão sendo esquecidos, enquanto twitters de pessoas que aparecem na TV estão cada vez badalados... os meios mudam... mas os principios... infelizmente... continuam os mesmos.
    

3 comentários:

Jair disse...

Fique feliz, Eu acompanho constantemente.

Txatxismantiskiana disse...

Eu costumava acompanhar, mas tô meio de férias blogs, mas é só falar que eu venho ler!
Bom, indo ao assunto, é lamentável o que se vê. Misses e Mistrs [dúvida enquanto a grafia] orkut são cada vez mais populosos, e nada mais é valorizado se não o ego e a estética. A cada dia são criadas novas ferramentas de "divulgue sua vida, se exponha e depois mande a campanha de cada um cuida da sua vida". Oh céus, gente contraditória. Primeiro o cidadão põe até o tipo sanguíneo dele na internet e depois reclama que todo mundo sabe da vida dele, esquisito isso. O fato é que a sociedade está cada vez mais carente de afeto o que faz com que os indivíduos procurem esse afeto na internet se expondo e criando competições banais pra ver quem é o mais gato para ser a capa da comunidade, poupe-me. Talvez se o modelo de sociedade não tivesse "tirado" a mãe de casa a necessidade de atenção fosse diferente. ATENÇÃO FEMINISTAS não sou partidária das amélias, inclusive sou contra isso, mas é uma análise, talvez se as família dessem mais atenção aos seus frutos esse tipo de exposição desnecessária não acontecesse.

Anônimo disse...

Por que nao:)

 
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